Eu estava ali sentada, bêbada. Era uma noite chuvosa e fria. Num point de rock.
Você me olhava de longe, com um sorriso que nunca mais saiu da minha mente. Eu sabia que você sentiu o mesmo que senti. Fui pra casa com a sua imagem me olhando e sorrindo na cabeça. A partir daquele dia eu só pensava em você, em quando poderia te ver novamente...
Eu fui no mesmo lugar á dois sábados na intenção de te encontrar. Uma, não deu certo. Mas na outra eu te vi, fiquei esperando vir falar comigo, mas você me ignorou.
Outro sábado fui. Mas estava com um “amigo” que estava afim de mim. Você nos viu de mãos dadas. Fiquei feliz ao te ver, mas triste ao mesmo tempo, pois estava com um garoto. Sentei á sua frente com ele. Dava uma vontade imensa de mandar ele SF e pedir seu telefone, mas sabia que não era a coisa certa a fazer. Mesmo ao lado dele, não conseguia tirar os olhos de você. Fomos um pouco mais pra longe, e nos beijamos. Torci pra que você não tivesse visto. Fui embora com uma angústia dentro do peito.
Eu pensei em você a todo o momento. Seu sorriso, seu olhar inocente. Não consegui te esquecer por ao menos 1 segundo. Eu pedi á Deus pra que te encontrasse em algum lugar pra falar contigo, te conhecer. Certamente você é uma pessoa incrível. Eu li em seus olhos.
Uma amiga chegou de Franco, a chamei para ir ao point. Novamente, fui torcendo pra que estivesse lá. Mas não esperava que te veria ao fazer o caminho. Eu estava destraida, quando olhei para o outro lado da rua e disse: Michele, olha lá o garoto que te disse que me encantei.
Você me viu! Sorriu pra mim, e jogou um beijo. Eu quase morri.
Fui correndo em sua direção pra ver o que ia acontecer. Atravessamos a rua e cumprimentamos você e seu amigo. Você ficou parado por uns segundos me olhando fixamente, com aquele sorriso maravilhoso...Eu nem sabia o que dizer. Queria perguntar sua idade, onde morava, se namorava pedir seu telefone. Mas não consegui, por falta de coragem, e estava hipnotizada com seu olhar e sorriso. Só perguntei se estavam indo ao point, você disse que não. Disse que estavam indo a um lugar... não entendi muito bem o nome do lugar. Estava sem graça, sem reação, não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Então resolvi dizer: Então, ta. Tchau. Me senti uma grande babaca. Seria aquela a minha chance de conversar com você, ter um momento. Mas fiz uma grande burrice, me arrependo por ter deixado passar a chance de... a chance de ter um contato com você. Quem sabe não rolaria algo. Nem que fosse só amizade. Eu gostei de você, senti algo especial, algo que há muito tempo não sinto. Não posso deixar passar a chance de amar alguém. Já tinha começado a namorar com aquele “amigo” há umas semanas... Nesse mesmo dia liguei pra ele, pra nos encontrarmos no point. Ele veio. E pra minha surpresa, você apareceu com seus amigos e certamente me viu abraçada com ele.
Depois desse dia, nunca mais te vi.
Quando ia pra escola passava na frente do point, torcendo pra que estivesse lá andando de skate. Mas não o vi.
Sai mais cedo da escola. Uma amiga queria que eu esperasse a prima dela sair, no horário normal. Então decidimos ficar no point até que desse a hora da prima dela sair. Eu vi dois garotos lá na frente, andando de skate. E novamente torci pra que fosse você. E era. Fiquei feliz, mas triste pois sabia que não teria coragem de falar um simples “oi” pra você. Eu fingi que nem te vi. E você também fingiu. Parecia que não estava me vendo. Mas eu sei que você me viu. Fiquei sentada com minha amiga na sua frente por 2 minutos, até ela começar a dizer que queria fazer xixi, com urgência. Fui com ela até a escola. E ela decidiu ir pra casa...Eu queria muito voltar lá. Quem sabe você não pediria como quem não quer nada: “posso sentar aqui, do seu lado?”. Mas não. Fui até o ponto esperar o ônibus pra ir pra casa. Deixei passar 6 ônibus com a esperança de que viria até mim e pediria meu telefone. Ou apenas passaria por mim por acaso. Mas isso não aconteceu. Eu não sei seu nome. Não sei NADA sobre você. Eu só sei que ainda temos muito a viver juntos. Eu espero que esse dia chegue.
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